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Projeto vai aprimorar detecção de tuberculose em pessoas vivendo com HIV/aids

Ação conta com financiamento da USAID, no valor de US$ 750 mil dólares. Projeto-piloto terá duração de um ano e envolverá 13 municípios da Região Sul


Vinte e quatro Serviços Ambulatoriais Especializados (SAE) de 13 cidades da Região Sul vão integrar um projeto-piloto que visa reduzir casos de tuberculose nas pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA). A partir deste mês, serão realizadas ações para sensibilizar e capacitar equipes com o objetivo de melhorar o diagnóstico e o tratamento oportuno de pacientes infectados pelo bacilo de Koch, que causa a tuberculose. Uma das atividades será a realização de oficinas destinadas aos profissionais de saúde para orientá-los quanto à detecção da doença nas pessoas que procuram os SAE. Nos casos em que a tuberculose for detectada, o tratamento, com duração de seis meses, será iniciado imediatamente. Os principais sinais e sintomas são tosse por mais de três semanas, febre e emagrecimento.

A ação é resultado de um projeto elaborado pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) e o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde cujo objetivo é fortalecer ações de tratamento e prevenção de tuberculose entre pessoas vivendo com HIV/aids. O projeto conta com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e terá duração de um ano, podendo ser renovado por período equivalente. Embora seja de curta duração, a ação deve servir de modelo para a expansão de projetos semelhantes nos estados e municípios.

Foram selecionados municípios com prevalência de 20% ou mais de casos de HIV em pessoas com tuberculose, percentual considerado alto pelo Ministério da Saúde. No Rio Grande do Sul, o projeto beneficiará Porto Alegre e outros 9 municípios da Região Metropolitana (Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Gravataí, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Viamão). Em Santa Catarina, as cidades contempladas são Florianópolis e Itajaí, e no Paraná, o município de Paranaguá.

Nessas cidades, também estarão envolvidos no projeto representantes da sociedade civil como Organizações Não Governamentais (ONG) e os conselhos estaduais e municipais de saúde.

No Ministério da Saúde, o acompanhamento da ação será realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), por meio do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) e do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Quanto aos parceiros internacionais, além da USAID, que repassará US$750 mil dólares ao projeto, haverá a participação da ONG MSH – Management Sciences for Health (Gerenciamento da Ciência da Saúde), responsável pela execução financeira junto aos municípios.

Basicamente, a ação consistirá na aplicação de três orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que são: investir no tratamento preventivo com isoniazida, medicamento usado no esquema profilático contra a tuberculose; intensificar a busca de casos entre as pessoas portadoras do HIV e/ou aids; e tratar os casos que forem encontrados.

MODELO - Um dos resultados esperados do projeto-píloto é a definição de um modelo de avaliação clínica das PVHA para a detecção precoce da tuberculose, o que hoje constitui um desafio, uma vez que a tosse por mais de três semanas nem sempre é o sintoma mais frequente da doença.

“É necessário investigar diversas associações de sinais e sintomas para antecipar o diagnóstico”, diz o coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), Draurio Barreira. “Com o tratamento oportuno dos casos, podemos reduzir óbitos pela doença nas pessoas coinfectadas”, completa. O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Dirceu Greco, lembra que, dos casos diagnosticados de tuberculose no Brasil, cerca de 10% são de pessoas também infectadas com o HIV. “O diagnóstico precoce em pessoas vivendo com HIV/aids é, certamente, um passo importante para o controle das duas infecções”, ressalta.

O projeto também estimulará a implantação do Tratamento Diretamente Observado (TDO) de tuberculose nos SAE dos municípios, estratégia de acompanhamento de casos que favorece o cumprimento adequado do longo esquema terapêutico. Além disso, pretende-se melhorar sistemas de informação, realizar uma avaliação do nível de conhecimento sobre a tuberculose entre pessoas vivendo com HIV e aids e fazer uma avaliação dos serviços de saúde nos municípios.

O diagnóstico da tuberculose em pessoas vivendo com HIV é recomendado pelo Ministério da Saúde e um direito do usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, cabe aos estados e municípios a inclusão do diagnóstico de tuberculose no protocolo de atendimento aos pacientes nas unidades de saúde que acolhem pessoas soropositivas.

SITUAÇÃO – No Brasil, são registrados aproximadamente 70 mil novos casos de tuberculose por ano com cerca de 5 mil óbitos. Na Região Sul, foram 9.048 novas notificações em 2009, sendo 5.036 no Rio Grande do Sul, 2.361 no Paraná e 1651 em Santa Catarina.


Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

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