Os padrões de consumo de substâncias psicoativas em qualquer sociedade estiveram e estão culturalmente ligados aos padrões de vida desta sociedade. Cultos religiosos; meios instrumentais para obtenção de conhecimento ou para o êxito em batalhas; remédios para diversos males; ou simplesmente substâncias que dão prazer, produziram e produzem os sentidos para consumo das substâncias psicoativas, caracterizando suas funções sociais.
A partir de meados do século XIX as especulações comerciais em torno das drogas, cujo ápice se deu com as “Guerras do Ópio”, entre Reino Unido e China Imperial, desencadearam o processo de proibição das mesmas, classificadas conforme os interesses econômicos e (já) hegemônicos dos Estados Unidos. “As substâncias usadas só por negros, chineses, mexicanos e pobres acabaram proibidas. As que os ricos usavam foram liberadas.”³
Décadas após a consolidação da política proibicionistas, os resultados colhidos são desastrosos, na medida em que o tráfico foi institucionalizado enquanto única alternativa de aquisição das substâncias proibidas, tendo a criminalização da produção, comércio e porte, ainda que para uso próprio, acabado por desencadear mais danos que benefícios à coletividade.
Como as substâncias que modificam o estado anímico têm sido utilizadas pelos homens e pelas mulheres em todas as etapas da civilização. O consumo de substâncias psicoativas – drogas – é um fenômeno complexo que deve ser compreendido sob a perspectiva das interações entre o indivíduo, a substância e o contexto social e cultural em que o consumo acontece.
Por que as pessoas usam drogas?
Drogas são atraentes porque “modificam a nossa consciência”. A razão básica pela qual as pessoas utilizam drogas é a intenção de variar sua experiência consciente: é claro que há muitas “outras formas de alterar a consciência”, tais como escutar ou compor música, dançar, jejuar, cantar, praticar exercícios, meditar, apaixonar-se, percorrer trilhas na natureza, fazer sexo, sonhar acordado, olhar fogos de artifício, ir ao cinema, jogar bola, torcer, participar de rituais religiosos, por um filme. Essa lista é provavelmente infinita, e inclui todas as atividades com a maioria das pessoas gastando o tempo, a energia e o dinheiro suado. Isso sugere que modificar a consciência é algo que as pessoas gostam de fazer e que, quando lidamos com a temática da droga, necessitamos de uma lógica muito mais complexa e abrangente do que simplesmente opor o bem ao mal.
O que é uma droga?
A maioria das pessoas concordaria que a Cocaína é uma droga. É um pó branco que produz notáveis mudanças no corpo e na mente em pequenas doses. Mas o açúcar é uma droga? O açúcar também é um pó branco que afeta fortemente o corpo, e alguns especialistas afirmam que ele afeta também o funcionamento da mente e humor. Como a Cocaína, o açúcar pode viciar. E o chocolate? A maioria das pessoas o considera como uma comida ou sabor, mas ele contém elementos químicos relacionados à cafeína, é um estimulante e também pode viciar.
Uma definição comum da palavra droga é qualquer substância que aumenta ou diminui as suas atividades cerebrais ou que em pequenas doses produz mudanças significativas no corpo e na mente, ou em ambos. Essa definição não distingue claramente drogas de algumas comidas. A diferença entre uma comida e um veneno também não é clara. Todas as comidas tornam-se veneno em quantidades muito grandes, e muitos venenos tornam-se drogas úteis em pequenas doses. O álcool é uma bebida, uma droga ou um veneno? O corpo pode queimá-lo como combustível, assim como açúcar ou amido, mas ele causa intoxicação e, se usado em excesso, pode matar. A decisão de chamar algumas substâncias de drogas e não a outras é freqüentemente arbitrária. No caso de drogas medicinais - como a penicilina - a distinção pode ser mais fácil. Mas quando se fala em drogas psicoativas – substâncias que afetam o humor, a percepção e o pensamento – essa distinção é passível de enganos.
As pessoas têm fortes reações emocionais quando o assunto é droga. Comida é bom. Veneno é ruim. Drogas podem ser boas ou ruins, e se elas são vistas como boas ou más depende de quem as está observando. Muitas pessoas concordam que drogas são boas quando médicos as prescrevem a pacientes com o intuito de fazê-los melhorar. Nesse contexto, elas se chamam remédios. Entretanto, nem todos compartilham dessa visão. Alguns acreditam que as pessoas podem lidar com as doenças sem remédios.
Por isso o termo drogas foi abandonado, sendo utilizado hoje, substâncias psicoativas:
São substâncias utilizadas para produzir alterações, mudanças nas sensações, no grau de consciência e no estado emocional. As alterações causadas por essas substâncias variam de acordo com as características da pessoa que as usa, qual a droga é utilizada e em que quantidade, o efeito que se espera da droga e as circunstâncias em que é consumida.
O aumento do número de novos usuários de drogas – a política e prática de prevenção às drogas, também conduzidas pelo raciocínio norte-americano, não têm conseguido atingir seu objetivo – com faixas etárias cada vez mais precoces e com maior envolvimento em práticas criminosas, acaba por produzir a “’corporificação’ da violência na geração mais jovem”³
A perplexidade e sentimento de impotência que acometem aqueles com responsabilidades relacionadas aos problemas decorrentes do abuso de substâncias psicoativas estão a exigir uma mudança de paradigma em relação às abordagens atualmente em voga, definitivamente inadequadas, porque ineficientes.
A partir de meados do século XIX as especulações comerciais em torno das drogas, cujo ápice se deu com as “Guerras do Ópio”, entre Reino Unido e China Imperial, desencadearam o processo de proibição das mesmas, classificadas conforme os interesses econômicos e (já) hegemônicos dos Estados Unidos. “As substâncias usadas só por negros, chineses, mexicanos e pobres acabaram proibidas. As que os ricos usavam foram liberadas.”³
Décadas após a consolidação da política proibicionistas, os resultados colhidos são desastrosos, na medida em que o tráfico foi institucionalizado enquanto única alternativa de aquisição das substâncias proibidas, tendo a criminalização da produção, comércio e porte, ainda que para uso próprio, acabado por desencadear mais danos que benefícios à coletividade.
Como as substâncias que modificam o estado anímico têm sido utilizadas pelos homens e pelas mulheres em todas as etapas da civilização. O consumo de substâncias psicoativas – drogas – é um fenômeno complexo que deve ser compreendido sob a perspectiva das interações entre o indivíduo, a substância e o contexto social e cultural em que o consumo acontece.
Por que as pessoas usam drogas?
Drogas são atraentes porque “modificam a nossa consciência”. A razão básica pela qual as pessoas utilizam drogas é a intenção de variar sua experiência consciente: é claro que há muitas “outras formas de alterar a consciência”, tais como escutar ou compor música, dançar, jejuar, cantar, praticar exercícios, meditar, apaixonar-se, percorrer trilhas na natureza, fazer sexo, sonhar acordado, olhar fogos de artifício, ir ao cinema, jogar bola, torcer, participar de rituais religiosos, por um filme. Essa lista é provavelmente infinita, e inclui todas as atividades com a maioria das pessoas gastando o tempo, a energia e o dinheiro suado. Isso sugere que modificar a consciência é algo que as pessoas gostam de fazer e que, quando lidamos com a temática da droga, necessitamos de uma lógica muito mais complexa e abrangente do que simplesmente opor o bem ao mal.
O que é uma droga?
A maioria das pessoas concordaria que a Cocaína é uma droga. É um pó branco que produz notáveis mudanças no corpo e na mente em pequenas doses. Mas o açúcar é uma droga? O açúcar também é um pó branco que afeta fortemente o corpo, e alguns especialistas afirmam que ele afeta também o funcionamento da mente e humor. Como a Cocaína, o açúcar pode viciar. E o chocolate? A maioria das pessoas o considera como uma comida ou sabor, mas ele contém elementos químicos relacionados à cafeína, é um estimulante e também pode viciar.
Uma definição comum da palavra droga é qualquer substância que aumenta ou diminui as suas atividades cerebrais ou que em pequenas doses produz mudanças significativas no corpo e na mente, ou em ambos. Essa definição não distingue claramente drogas de algumas comidas. A diferença entre uma comida e um veneno também não é clara. Todas as comidas tornam-se veneno em quantidades muito grandes, e muitos venenos tornam-se drogas úteis em pequenas doses. O álcool é uma bebida, uma droga ou um veneno? O corpo pode queimá-lo como combustível, assim como açúcar ou amido, mas ele causa intoxicação e, se usado em excesso, pode matar. A decisão de chamar algumas substâncias de drogas e não a outras é freqüentemente arbitrária. No caso de drogas medicinais - como a penicilina - a distinção pode ser mais fácil. Mas quando se fala em drogas psicoativas – substâncias que afetam o humor, a percepção e o pensamento – essa distinção é passível de enganos.
As pessoas têm fortes reações emocionais quando o assunto é droga. Comida é bom. Veneno é ruim. Drogas podem ser boas ou ruins, e se elas são vistas como boas ou más depende de quem as está observando. Muitas pessoas concordam que drogas são boas quando médicos as prescrevem a pacientes com o intuito de fazê-los melhorar. Nesse contexto, elas se chamam remédios. Entretanto, nem todos compartilham dessa visão. Alguns acreditam que as pessoas podem lidar com as doenças sem remédios.
Por isso o termo drogas foi abandonado, sendo utilizado hoje, substâncias psicoativas:
São substâncias utilizadas para produzir alterações, mudanças nas sensações, no grau de consciência e no estado emocional. As alterações causadas por essas substâncias variam de acordo com as características da pessoa que as usa, qual a droga é utilizada e em que quantidade, o efeito que se espera da droga e as circunstâncias em que é consumida.
O aumento do número de novos usuários de drogas – a política e prática de prevenção às drogas, também conduzidas pelo raciocínio norte-americano, não têm conseguido atingir seu objetivo – com faixas etárias cada vez mais precoces e com maior envolvimento em práticas criminosas, acaba por produzir a “’corporificação’ da violência na geração mais jovem”³
A perplexidade e sentimento de impotência que acometem aqueles com responsabilidades relacionadas aos problemas decorrentes do abuso de substâncias psicoativas estão a exigir uma mudança de paradigma em relação às abordagens atualmente em voga, definitivamente inadequadas, porque ineficientes.