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6.8.1.Mobilidade

6.8.1.Mobilidade

É imprescindível conhecer características sociais, políticas e comportamentais do segmento a ser trabalhado, bem como as motivações da migração interna e/ou externa que caracteriza as determinadas comunidades de usuário de drogas e profissionais do sexo. A constante mobilidade das mulheres nas zonas de prostituição é um fenômeno presente na maioria delas, o que torna o trabalho de intervenção passível de interrupções e recomeço. A observação e o entendimento dos determinantes dessa característica nos auxilia a traçar estratégias mais eficazes.
A identificação de lideranças e seu envolvimento são uma dessas estratégias que podem manter o trabalho de prevenção durante as eventuais alterações no contingente de usuários de drogas e profissionais do sexo com que o projeto está trabalhando, sejam em hotéis, casas de prostituição, ruas, bares e etc...

A escolha do campo para a intervenção de prevenção deve estar baseada em critérios epidemiológicos, na possibilidade de acesso aos membros da comunidade selecionada e na prospecção do impacto da ação sobre ela.

O mapeamento da área identificada como prioritária se mostra um meio eficaz e suficiente para uma primeira aproximação dos técnicos à população. Fala-se aqui de uma primeira aproximação tendo em vista que o conhecimento em maior profundidade da comunidade selecionada para o trabalho apenas vai se dar, realmente, em processo, isto é, no decorrer da intervenção propriamente dita e dependerá, sobremaneira, da capacidade de a equipe profissional estabelecer vínculo com os membros desta comunidade.
A efetividade da ação será diretamente proporcional ao êxito obtido nessa primeira fase de trabalho, pois é o seu produto que nos servirá de guia para execução das atividades programadas, inclusive, e principalmente, devido à identificação de pessoas-chaves facilitadoras do trabalho junto às profissionais do sexo.

O mapeamento pode ser realizado por meio de informações obtidas pelos próprios usuários de drogas, profissionais do sexo e pela comunidade local, servindo para identificar as ruas, casas, praças, hotéis, bares, boates, motéis, áreas portuárias, rodoviárias, estradas, cinemas e demais pontos onde se dá o comércio sexual e uso de drogas. O mapeamento deve, ainda, identificar e caracterizar o serviço de saúde com jurisdição sobre a área a ser trabalhada.

Concluindo: as informações mínimas que compõem o mapeamento de uma área são: número de pontos de uso de drogas e prostituição, tipo (casa, rua, etc.), localização, dias mais movimentados, numero de usuários de drogas e profissionais do sexo (quando possível) e unidade de saúde mais próxima.

A implantação das atividades de campo de um PRD necessita ser precedida do mapeamento das áreas que serão trabalhadas.

Para defini-las, o principal critério de escolha é a concentração de Uds, informação que, no entanto, dificilmente estará disponível, pois – além dos estudos a respeito serem poucos e limitados – o porte de drogas é uma atividade ilegal em nosso País e, portanto, usualmente omitida de inquéritos e dados oficiais.
Na falta dessa informação, temos que lançar mão de estratégias e de indicadores indiretos que, de alguma maneira, apontem para a existência dessa população em uma determinada área. Entre eles podemos citar:

  • Identificar áreas conhecidas de tráfico e uso de drogas.
  • Fazer contato com Uds e Ex-Uds em centros de tratamento para o uso de drogas, com o intuito de obter informações sobre os locais de consumo.

Após o levantamento das informações acima citadas, deve-se ir a campo para realizar o mapeamento das áreas indicadas pelo levantamento.

Nessa etapa, é fundamental o contato com pessoas-chave do local, tais como UD anteriormente contatado, pessoas responsáveis por atividades comerciais (donos de bares, botecos e outros), associações de moradores e pessoas influentes do local, o que permite uma avaliação mais precisa da situação de cada localidade e deve ser usado como um importante critério para iniciação das atividades de campo.

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