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Hepatite E

Descrição - Doença viral aguda e autolimitada. Apresenta curso benigno, embora tenham sido descritos casos, principalmente em gestantes, com evolução para a forma fulminante. Apresenta-se de forma assintomática (usualmente em crianças) ou com sintomas semelhante à hepatite A, sendo a icterícia observada na maioria dos pacientes. Compreende vários períodos:

Incubação;

Prodrômico ou pré-ictérico - Dura, em média, de três a quatro dias, caracterizando-se por mal-estar, cefaléia, febre baixa, anorexia, astenia, fadiga intensa, artralgia, náuseas, vômitos, desconforto abdominal;

Ictérico - Além da icterícia, é comum a presença de queixas de colúria, prurido e hipocolia fecal e hepatomegalia. A febre, artralgia e cefaléia tendem a desaparecer nesta fase;

Convalescença - Retorno da sensação de bem-estar: gradativamente a icterícia regride, as fezes e urina voltam à coloração normal. Nos casos típicos, em um mês há remissão completa dos sintomas.

Agente etiológico - Vírus da hepatite E (HEV). Um vírus RNA, da família Caliciviridae.

Reservatório - O homem. Relatos recentes de isolamento do HEV em suínos, bovinos, galinhas, cães e roedores levantam a possibilidade de que esta infecção seja uma zoonose. Experimentalmente também em alguns primatas não-humanos: chimpanzés e macaco cynomolgus.

Modo de transmissão - Fecal-oral, principalmente pela água e alimentos contaminados por dejetos humanos e de animais. Apesar de ser evento raro, pode também ser transmitido por via vertical e parenteral.

Período de incubação - De 2 a 9 semanas, com média de 6 semanas.

Período de transmissibilidade - Desde a segunda semana antes do início dos sintomas até o final da segunda semana de doença.

Complicações - Não há relato de evolução para cronicidade ou viremia persistente. Em gestantes, a hepatite é mais grave, podendo apresentar formas fulminantes. A taxa de mortalidade em gestantes pode chegar a 25%, especialmente no terceiro trimestre. Em qualquer trimestre, abortos e mortes intra-uterinas são comuns.

Diagnóstico - Clínico-laboratorial. Apenas com os aspectos clínicos não é possível identificar o agente etiológico, sendo necessária a realização de exames sorológicos. Os exames laboratoriais inespecíficos incluem as dosagens de transaminases – ALT/TGP e AST/TGO – que denunciam lesão do parênquima hepático. O nível de ALT pode estar três vezes maior que o normal.

As bilirrubinas são elevadas e o tempo de protrombina pode estar diminuído (TP>17s ou INR>1,5), indicando gravidade. Os exames específicos são para detecção do marcador sorológico anti-HEV IgM, sendo Elisa a técnica mais utilizada. Este marcador tem sido detectado em 95% dos pacientes com infecção recente, cerca de quatro dias após o início dos sintomas, e desaparece após quatro ou cinco meses. O RNA-HEV pode ser detectado pela biologia molecular.

Diagnóstico diferencial - Hepatite por vírus A, B, C ou D; infecções como leptospirose, febre amarela, malária, dengue, sepse, citomegalovírus e mononucleose; doenças hemolíticas; obstruções biliares; uso abusivo de álcool e uso de alguns medicamentos e substâncias químicas. Para gestantes, temos a colestase intra-hepática da gravidez e esteatose aguda da gravidez.

Tratamento – Procure seu médico ou posto de saúde.

Características epidemiológicas - A infecção apresenta-se de forma esporádica e de surtos. É freqüente em áreas sem saneamento básico e em instituições fechadas com baixo padrão de higiene. Freqüentemente, as epidemias estão relacionadas à contaminação de alimentos e reservatórios de água, principalmente após calamidades públicas. Atinge com freqüência adultos jovens. A mortalidade e letalidade são baixas (0,07% a 0,6% dos casos). A primeira epidemia descrita foi em Nova Delhi (1955), após contaminação do fornecimento de água pelo esgoto. Hoje, é encontrada em vários países tropicais, subtropicais e sudeste asiático, geralmente como epidemia, e esporadicamente em países da Ásia Central, centro-leste da África, América Central e do Sul e países da ex-URSS. Inquéritos sorológicos no Brasil têm registrado que há circulação viral.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Objetivos - Conhecer a magnitude, tendência, distribuição por faixa etária e áreas geográficas da doença. Investigar surtos para a adoção de medidas de controle.

Definição de caso

Caso suspeito - Indivíduo com icterícia aguda e colúria e/ou dosagem de transaminases igual ou maior que três vezes o valor normal e/ou contato com mesma fonte de infecção a qual foi confirmado um caso apresentando Anti-HEV reagente.

Caso confirmado - Indivíduo que preenche as condições de suspeito com sorologia demonstrando Anti-HEV IgM positivo, em pacientes não reatores a marcadores de hepatites A e B agudas ou indivíduo que preenche as condições de caso suspeito e no qual se identifique vínculo epidemiológico confirmado de hepatite E.

MEDIDAS DE CONTROLE

Incluem a notificação de surtos e os cuidados com o paciente. A notificação é importante para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas. Os cuidados com o paciente incluem o afastamento do mesmo das atividades normais (se criança, isolamento e afastamento da creche, pré-escola ou escola) durante as primeiras duas semanas da doença e a máxima higiene com desinfecção de objetos, limpeza de bancadas, chão, etc, utilizando cloro ou água sanitária.

As medidas preventivas incluem: educação da população quanto às boas práticas de higiene, com ênfase na lavagem das mãos após o uso do banheiro, quando da preparação de alimentos e antes de se alimentar; disposição sanitária de fezes, etc; medidas de saneamento básico com água tratada e esgoto; orientação das creches, pré-escolas e instituições fechadas para a adoção de medidas rigorosas de higiene, tais como lavagem das mãos ao efetuar trocas de fraldas, preparar dos alimentos e antes de comer, além da desinfecção de objetos, bancadas, chão, etc.

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