6.7.1 - Técnicas de Abordagem

6.7.1 - Técnicas de Abordagem


Como as técnicas de abordagem podem ajudar o agente de saúde e seu público?

A principal função deste conjunto de técnicas é a de encorajar quem está sendo abordado a falar. É importante que a pessoa atendida possa se expressar livremente, reduzindo o tempo de fala do agente de saúde.
As funções secundárias dizem respeito ao conhecimento e habilidade necessárias para atingir os resultados almejados.
Essas práticas são:

Comunicação: Comunicar ao outro que você se interessa pelo que está sendo dito;

Atenção: Aumentar sua atenção para os padrões de comportamento do entrevistado;

Adaptação: Adequar a entrevista aos padrões observados dentro do seu roteiro;

Alternativas: Ter alternativas para quando você se perder, ou se confundir durante a abordagem. Mesmo o profissional mais experiente nem sempre tem controle de todas as situações.
O mais importante em situações de abordagem é a habilidade de se fazer contato com outro ser humano. Esse contato é feito através da conversa – escutando e falando – e também por meios não verbais. Saber escutar é um ponto crítico, pois é o que permitirá às pessoas continuar falando, possibilitando então, a abordagem de assuntos íntimos (comportamento sexual e consumo de drogas) de forma sutil e eficaz, através de práticas de comunicação que visam indicar que você realmente está prestando atenção ao que o outro está falando.


Para uma boa abordagem, listamos quatro pontos básicos:


Contato Visual - Se você está falando com uma pessoa, olhe para ela. Se o contato olho no olho indica atenção, a quebra desse olhar também poderá dizer muito sobre o grau de interesse do agente pelo assunto abordado. É bom lembrar que, quando um assunto desagrada, tendemos desviar o olhar de quem está falando, como se assim pudéssemos evitar o que nos causa desconforto. Portanto, essa reação pode ocorrer com qualquer um de nós, e caberá ao agente superar as sensações desagradáveis que são ativadas por assuntos que causam desconforto.


Linguagem Corporal - Seu corpo também pode comunicar ao entrevistado o seu grau de interesse pelo que está sendo dito. Procure mostrar-se seguro, confiante e “desarmado”, mantendo uma postura corporal “aberta” para encorajar o entrevistado a falar sobre o que é importante para ele. A postura “fechada” provoca o efeito oposto. Isso pode ser bom para desencorajar o entrevistado que insistir em se desviar do tema da entrevista.

Qualidade Vocal - Seu tom de voz e velocidade da fala também são instrumentos que indicam claramente seu grau de interesse pelo que a outra pessoa está dizendo. Portanto, pense em quantas maneiras pode-se dizer “eu me interesso muito por esta pessoa”, apenas através de alterações em seu tom de voz e nas pausas do seu discurso.

Qualidade Vocal – Seu tom de voz e velocidade da fala também são instrumentos que indicam claramente seu grau de interesse pelo que a outra pessoa está dizendo. Portanto, pensem em quantas maneiras pode-se dizer (eu me interesso muito por esta pessoa) apenas através de alterações pelo seu tom de voz e nas pausas do seu discurso.

Trajetória Verbal - O entrevistado possui seus próprios tópicos e interesse. Não mude de assunto. Mantenha-se no assunto escolhido pelo entrevistado (contanto que esse assunto seja pertinente à entrevista). Dessa forma, você estará construindo uma relação de confiança, e, ao mesmo tempo, checando suas próprias reações. Vontade de mudar de assunto, desinteresse ou desconforto são indícios de que o assunto incomoda. Procure registrar mentalmente quando isso ocorre e, possível, mantenha-se no tópico.
Essas quatro técnicas de abordagem têm um objetivo em comum: reduzir o tempo de fala do agente de saúde, dando oportunidade para o entrevistado falar e examinar sua situação mais concreta e detalhadamente. Você não pode aprender sobre os outros se é você quem está falando!
A construção de uma relação de intimidade com seu entrevistado não implica necessariamente uma revelação de sua vida pessoal. A utilização de exemplos pessoais na abordagem deve ser evitada.

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