Vulvovaginites

Conceito

Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa do trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina e epitélio escamoso do colo uterino (ectocérvice).

Quadro Clínico

De um modo geral, as vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal, cujas características podem ser bastante variáveis. O corrimento pode se apresentar associado a um ou mais dos seguintes sintomas: prurido vulvovaginal, dor ou ardor ao urinar, e sensação de desconforto pélvico. Salienta-se que esses sinais e sintomas são inespecíficos, além do que, muitas infecções genitais podem ser completamente assintomáticas.

Fisiopatologia

  • Vulva: tegumento; pelos abundantes; coartação adequada dos pequenos lábios.
  • Vagina: acidez vaginal (pH normal, de 4,0 a 4,5); presença de lactobacilos (Dorderlein); integridade do assoalho pélvico; justaposição das paredes vaginais; espessura e pregueamento das paredes vaginais.
  • Colo: muco endocervical; ação bactericida; integridade anatômica.

As vulvovaginites podem ser causadas por agentes infecciosos (transmitidos ou não pelo coito), mas também podem se relacionar a fatores físicos, químicos, hormonais, orgânicos e anatômicos que agem, ora de forma predisponente, ora desencadeante do processo. Assim, deve-se mencionar o diabetes, a ingestão de esteróides, os traumas, o uso de lubrificantes e de absorventes internos e externos, como fatores que podem provocar o desenvolvimento de uma vulvovaginite. A depilação exagerada e freqüente, as roturas perineais, a prática de coito vaginal imediatamente após o coito anal, e o uso de DIU, além dos estados hiper ou hipoestrogênicos, podem favorecer as vulvovaginites, por modificarem a flora vaginal.

Diferenças entre o conteúdo Vaginal Fisiológico e o corrimento Resultante de Vulvovaginites

A cavidade vaginal é fisiologicamente úmida, isto é, contém o produto de secreção das glândulas vestibulares e endocervicais, além da transudação da mucosa vaginal. Este conteúdo vaginal altera-se em decorrência de influências hormonais, estímulo sexual e até do psiquismo, daí a natural variação individual na sua qualidade e quantidade.

O profissional de saúde pode diferenciar o conteúdo vaginal fisiológico do patológico por meio dos seguintes elementos:
  • O conteúdo vaginal fisiológico resulta de: muco cervical; descamação do epitélio vaginal (ação estrogênica); transudação vaginal; secreção das glândulas vestibulares (de Bartholin e de Skene); à bacterioscopia ou exame a fresco nota-se a predominância de flora vaginal contendo bacilos de Döderlein sobre as outras possíveis bactérias, além de pequena quantidade de polimorfonucleares.
  • As suas características principais são:
  • pH ácido (4,0 a 4,5);
  • mais abundante no período ovulatório, gestação, puerpério, ou quando há excitação sexual;
  • pode ocorrer em recém-nascidas, pela ação hormonal placentária;
  • coloração clara ou ligeiramente castanha;
  • aspecto flocular; e
  • pequena quantidade e ausência de cheiro ou odor.


Etiologia

  • Infecções: bacteriana, viral, fúngica.
  • Infestações: protozoários, metazoários.
  • Hormonais
  • Neoplásicas
  • Alérgicas
  • Traumáticas
  • Idiopáticas (psicossomáticas)

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