Oftalmia neonatal

Conceito

Oftalmia neonatal é definida como uma conjuntivite purulenta do recém-nascido, no primeiro mês de vida, usualmente contraída durante o seu nascimento, a partir do contato com secreções genitais maternas contaminadas. A oftalmia neonatal pode levar à cegueira, especialmente quando causada pela N. gonorrhoeae.

Etiologia e Epidemiologia

Os agentes etiológicos mais importantes são: Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. A freqüência relativa de infecções com os dois agentes depende da prevalência dessas infecções em gestantes, e do uso da profilaxia ocular logo após o nascimento, a qual é efetiva contra N. gonorrhoeae, mas freqüentemente não o é contra C. trachomatis.

Se a mãe estiver infectada, por ocasião do parto vaginal, o risco de transmissão para o recém-nascido está entre 30 e 50%, tanto para N. gonorrhoeae como para C. trachomatis.

Estima-se que, nos países em desenvolvimento, a incidência de oftalmia neonatal gonocócica varie entre 5 e 50 por 1.000 nascidos vivos, enquanto a incidência de conjuntivite por clamídia, a qual provoca menos sintomas, é provavelmente a mesma. Em países industrializados, taxas de incidência de oftalmia neonatal gonocócica variam entre 0,1 e 0,6 por 1.000 nascidos vivos, e para conjuntivite por clamídia entre 5 e 60 por 1.000 nascidos vivos.

Quadro clínico

Geralmente o recém-nascido é trazido ao serviço de saúde por causa d eritema e edemaciamento das pálpebras, e/ou existência de secreção nos olhos.

Conjuntivite severa que se desenvolva na primeira semana de vida é, mais provavelmente, de origem gonocócica. A conjuntivite por clamídia é bem menos severa, e o seu período de incubação varia de 5 a 14 dias.

Os achados objetivos incluem:

  • secreção, que pode ser purulenta;
  • eritema e edema da conjuntiva; e
  • edema e eritema das pálpebras.


Tratamento da oftalmia neonatal gonocócica

A oftalmia gonocócica precisa ser tratada imediatamente, para prevenir dano ocular. A conjuntivite pode ser, também, um marcador de uma infecção neonatal generalizada.

Devem ser instituídos procedimentos de isolamento do caso, quando em instituições, para prevenir a transmissão da infecção. É essencial que os profissionais que tratam das crianças infectadas lavem cuidadosamente as mãos.

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