Descrição - Infecção produzida por parasito trematódeo digenético, cuja sintomatologia clínica depende de seu estágio de evolução no homem.
A fase aguda pode ser assintomática ou apresentar-se como dermatite urticariforme, acompanhada de erupção papular, eritema, edema e prurido até cinco dias após a infecção. Com cerca de três a sete semanas de exposição, pode evoluir para a forma de esquistossomose aguda ou febre de Katayama, caracterizado por febre, anorexia, dor abdominal e cefaléia. Esses sintomas podem ser acompanhados de diarréia, náuseas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia. Após seis meses de infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a fase crônica, cujas formas clínicas são:
Intestinal - Pode ser assintomática ou caracterizada por diarréias repetidas, mucossangüinolentas, com dor ou desconforto abdominal;
Hepatointestinal - Diarréia, epigastralgia, hepatomegalia, podendo ser detectadas nodulações à palpação do fígado;
Hepatoesplênica compensada - Hepatoesplenomegalia, hipertensão portal com formação de varizes de esôfago;
Hepatoesplênica descompensada - Considerada uma das formas mais graves. Apresenta fígado volumoso ou contraído devido à fibrose, esplenomegalia, ascite, varizes de esôfago, hematêmase, anemia, desnutrição e hiperesplenismo. A fibrose de Symmers é característica da forma hepatoesplênica. O aparecimento de formas grave está relacionado à intensidade da infecção.
Agente etiológico - Schistosoma mansoni, família Schistosomatidae.
Reservatório - O homem é o principal reservatório. Os roedores, primatas e marsupiais são potencialmente infectados; o camundongo e hamster são excelentes hospedeiros, não estando ainda determinado o papel desses animais na transmissão.
Hospedeiro intermediário - No Brasil, são os caramujos do gênero Biomphalaria: B. glabrata, B. tenagophila, B. straminea.
Modo de transmissão - Os ovos do S. mansoni são eliminados pelas fezes do hospedeiro infectado (homem). Na água, eclodem, liberando uma larva ciliada denominada miracídio, que infecta o caramujo.
Após quatro a seis semanas, abandonam o caramujo, na forma de cercária, ficando livres nas águas naturais. O contato humano com águas infectadas pelas cercárias é a maneira pela qual o indivíduo adquire a esquistossomose.
Período de incubação - Em média, duas a seis semanas após a infecção.
Período de transmissibilidade - O homem pode eliminar ovos viáveis de S. mansoni nas fezes a partir de cinco semanas após a infecção, durante muitos anos. Os caramujos infectados eliminam cercarias durante toda a sua vida que é de, aproximadamente, um ano.
Quando infectados, a duração média de vida dos caramujos diminui, podendo variar de semanas a meses.
Complicações - Fibrose hepática, hipertensão portal, insuficiência hepática severa, hemorragia digestiva, cor pulmonale, glomerulonefrite e associações com infeccções bacterianas (salmonelas, estafilococos) e virais (hepatites B e C). Pode haver comprometimento do sistema nervoso central e de outros órgãos secundários ao depósito ectópico de ovos.
Diagnóstico - Além do quadro clínico-epidemiológico, deve ser realizado exame parasitológico de fezes, através do método de Kato-Katz. A ultrasonografia hepática auxilia o diagnóstico da fibrose de Symmers. A biópsia retal ou hepática, apesar de não recomendada na rotina, pode ser de utilidade no diagnóstico.
Diagnóstico diferencial - A forma intestinal tem como diagnóstico diferencial amebíase ou diarréia por outros parasitos. As formas graves devem ser diferenciadas de leishmaniose visceral, febre tifóide, leucemia, linfoma, hepatoma, esplenomegalia tropical, dentre outras patologias.
Tratamento – Procure seu médico ou posto de saúde.
Características epidemiológicas - No mundo, ocorre em 54 países, destacando-se os da África, leste do Mediterrâneo e da América do Sul e Caribe. No Brasil, é considerada uma endemia, que atinge 19 estados, estando presente, de forma endêmica, do Maranhão até Minas Gerais, com focos no Pará, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Possui baixa letalidade e as principais causas de óbito estão relacionadas às formas clínicas graves.
Objetivos - Evitar a ocorrência de formas graves, reduzir a prevalência da infecção e a expansão da endemia.
Definição de caso
Suspeito - Indivíduo residente ou procedente de área endêmica, com quadro clínico sugestivo e história de exposição a águas onde existem caramujos eliminando cercárias.
Confirmado - Qualquer caso suspeito que apresente ovos viáveis de S. mansoni nas fezes ou comprovação através de biópsia retal ou hepática;
Descartado - Caso suspeito ou notificado sem confirmação laboratorial.
MEDIDAS DE CONTROLE
Controle dos portadores - identificação e tratamento dos portadores de S. mansoni, por meio de inquéritos coproscópicos e da demanda dos serviços de saúde; quimioterapia específica visando impedir o aparecimento de formas graves, pela redução da carga parasitária dos portadores;
Controle dos hospedeiros intermediários - pesquisa de coleções hídricas, para determinação do seu potencial de transmissão, e tratamento de criadouros de importância epidemiológica;
Modificação permanente das condições de transmissão – Educação em saúde, mobilização comunitária e saneamento domiciliar ambiental nos focos de esquistossomose.
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A fase aguda pode ser assintomática ou apresentar-se como dermatite urticariforme, acompanhada de erupção papular, eritema, edema e prurido até cinco dias após a infecção. Com cerca de três a sete semanas de exposição, pode evoluir para a forma de esquistossomose aguda ou febre de Katayama, caracterizado por febre, anorexia, dor abdominal e cefaléia. Esses sintomas podem ser acompanhados de diarréia, náuseas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia. Após seis meses de infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a fase crônica, cujas formas clínicas são:
Intestinal - Pode ser assintomática ou caracterizada por diarréias repetidas, mucossangüinolentas, com dor ou desconforto abdominal;
Hepatointestinal - Diarréia, epigastralgia, hepatomegalia, podendo ser detectadas nodulações à palpação do fígado;
Hepatoesplênica compensada - Hepatoesplenomegalia, hipertensão portal com formação de varizes de esôfago;
Hepatoesplênica descompensada - Considerada uma das formas mais graves. Apresenta fígado volumoso ou contraído devido à fibrose, esplenomegalia, ascite, varizes de esôfago, hematêmase, anemia, desnutrição e hiperesplenismo. A fibrose de Symmers é característica da forma hepatoesplênica. O aparecimento de formas grave está relacionado à intensidade da infecção.
Agente etiológico - Schistosoma mansoni, família Schistosomatidae.
Reservatório - O homem é o principal reservatório. Os roedores, primatas e marsupiais são potencialmente infectados; o camundongo e hamster são excelentes hospedeiros, não estando ainda determinado o papel desses animais na transmissão.
Hospedeiro intermediário - No Brasil, são os caramujos do gênero Biomphalaria: B. glabrata, B. tenagophila, B. straminea.
Modo de transmissão - Os ovos do S. mansoni são eliminados pelas fezes do hospedeiro infectado (homem). Na água, eclodem, liberando uma larva ciliada denominada miracídio, que infecta o caramujo.
Após quatro a seis semanas, abandonam o caramujo, na forma de cercária, ficando livres nas águas naturais. O contato humano com águas infectadas pelas cercárias é a maneira pela qual o indivíduo adquire a esquistossomose.
Período de incubação - Em média, duas a seis semanas após a infecção.
Período de transmissibilidade - O homem pode eliminar ovos viáveis de S. mansoni nas fezes a partir de cinco semanas após a infecção, durante muitos anos. Os caramujos infectados eliminam cercarias durante toda a sua vida que é de, aproximadamente, um ano.
Quando infectados, a duração média de vida dos caramujos diminui, podendo variar de semanas a meses.
Complicações - Fibrose hepática, hipertensão portal, insuficiência hepática severa, hemorragia digestiva, cor pulmonale, glomerulonefrite e associações com infeccções bacterianas (salmonelas, estafilococos) e virais (hepatites B e C). Pode haver comprometimento do sistema nervoso central e de outros órgãos secundários ao depósito ectópico de ovos.
Diagnóstico - Além do quadro clínico-epidemiológico, deve ser realizado exame parasitológico de fezes, através do método de Kato-Katz. A ultrasonografia hepática auxilia o diagnóstico da fibrose de Symmers. A biópsia retal ou hepática, apesar de não recomendada na rotina, pode ser de utilidade no diagnóstico.
Diagnóstico diferencial - A forma intestinal tem como diagnóstico diferencial amebíase ou diarréia por outros parasitos. As formas graves devem ser diferenciadas de leishmaniose visceral, febre tifóide, leucemia, linfoma, hepatoma, esplenomegalia tropical, dentre outras patologias.
Tratamento – Procure seu médico ou posto de saúde.
Características epidemiológicas - No mundo, ocorre em 54 países, destacando-se os da África, leste do Mediterrâneo e da América do Sul e Caribe. No Brasil, é considerada uma endemia, que atinge 19 estados, estando presente, de forma endêmica, do Maranhão até Minas Gerais, com focos no Pará, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Possui baixa letalidade e as principais causas de óbito estão relacionadas às formas clínicas graves.
Objetivos - Evitar a ocorrência de formas graves, reduzir a prevalência da infecção e a expansão da endemia.
Definição de caso
Suspeito - Indivíduo residente ou procedente de área endêmica, com quadro clínico sugestivo e história de exposição a águas onde existem caramujos eliminando cercárias.
Confirmado - Qualquer caso suspeito que apresente ovos viáveis de S. mansoni nas fezes ou comprovação através de biópsia retal ou hepática;
Descartado - Caso suspeito ou notificado sem confirmação laboratorial.
MEDIDAS DE CONTROLE
Controle dos portadores - identificação e tratamento dos portadores de S. mansoni, por meio de inquéritos coproscópicos e da demanda dos serviços de saúde; quimioterapia específica visando impedir o aparecimento de formas graves, pela redução da carga parasitária dos portadores;
Controle dos hospedeiros intermediários - pesquisa de coleções hídricas, para determinação do seu potencial de transmissão, e tratamento de criadouros de importância epidemiológica;
Modificação permanente das condições de transmissão – Educação em saúde, mobilização comunitária e saneamento domiciliar ambiental nos focos de esquistossomose.
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Esquistossomose